quinta-feira, 27 de maio de 2004

Capítulo XIV: Desejos

No final da cerimónia religiosa – depois dos convidados atirarem arroz, pétalas de rosas e trigo, desejando assim aos noivos felicidade/prosperidade; sensibilidade/respeito mútuo; fertilidade, respectivamente – e do copo-d’água – no momento de despedida – os convidados costumam felicitar os noivos pelo passo que deram e desejar-lhes muitas felicidades para o futuro.

Pode existir também um livro – denominado livro de honra – que circula pelas mesas dos convidados, onde estes congratulam, por escrito, os noivos. Esta é uma boa ideia, para guardar mais uma lembrança do que foi o seu casamento e de quem a acompanhou neste dia. Além do mais através do que eles escreverem pode receber o feedback da festa que foi preparada por si e que lhe deu tanto que pensar.

E já que falamos em desejos, já pararam para pensar sobre o que significam certas expressões que nós dizemos não só nos casamentos mas também no dia-a-dia?

A diferença, por exemplo, entre a expressão de despedida “beijinhos” e “fica bem” não é muito evidente ou consciente à primeira vista. Se calhar nestas situações diz um pouco o que lhe vem à cabeça e é óbvio que isso é o mais correcto a fazer. Mas reflictamos: em sua opinião, qual é o desejo mais passageiro? Qual o que perdura mais no tempo? Um beijo, se for dado, se não for só dito, pode ser muito especial e lembrar-se dele por muito tempo, mas se for escrito num papel pouco ou nada significa. Não o sente, raras vezes o imagina, passa depressa e tanto pode ouvi-lo de uma pessoa que gosta de si como de uma que não gosta. Já a expressão “fica bem” significa muito mais. Significa que queremos o bem-estar da outra pessoa, MAIS queremos que nada de mal lhe aconteça. Qual é, portanto, a melhor expressão que pode ouvir quando se despede de alguém?

Outro caso: não sei se lhe acontece, mas eu costumo sempre trocar mensagens escritas com a minha cara-metade antes de dormir, desejando-lhe uma boa noite. De tantas vezes que isso acontece é inevitável repeti-las e quase impossível conseguir escrever mensagens originais todas as noites. Umas vezes escrevemos “boa noite”, outras ”sonha comigo”, outras “até amanhã”, and so on… Já repararam como o segundo e o terceiro desejo são egocêntricos, principalmente o segundo? Embora seja o desejo mais “querido”, a expressão “sonha comigo”, além de ser redutora – diz respeito apenas à parte da noite em que sonhamos –, revela um pouco egoísmo da nossa parte querer que o outro sonhe connosco. O desejo de boa noite é um pouco melhor: queremos que a outra pessoa tenha um sono descansado, que não tenha problemas durante a noite. O meu preferido é o – à primeira vista - monótono desejo: “até amanhã!”, porque implica que nos encontramos no dia seguinte, bem de saúde preferencialmente.

Por isso:

Até amanhã! Fiquem bem!

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