domingo, 23 de maio de 2004

Capítulo XIII: Conto de fadas

Era uma vez um menino e uma menina que, apesar de serem de reinos distantes, um dia, por entre músicas e danças, se encontraram e se apaixonaram. Foi um amor tal que muitas mudanças se deram quando os meninos decidiram namorar. Vocês sabem que a influência de pessoas com qualidades diferentes das nossas nos faz enfrentar e reagir às situações de forma diferente. Foi o que aconteceu aos meninos desta história. Tornaram-se melhores pessoas a partir do momento em que se conheceram.

Depois de enfrentarem muitas indecisões e dificuldades, que só fortaleceram o amor que nutriam um pelo outro, o merecido descanso chegou. Os meninos viviam em castelos separados e decidiram partilhar o mesmo lar, não sem antes o menino ter surpreendido a menina, numa noite estrelada, com um pedido especial, que muito comoveu a pequena princesa. Assim, tal como nos confidenciou a menina, “o meu castelo tornou-se no nosso castelo, sendo o amor o tijolo, o cimento, e a cor branca das suas paredes.”

Cerca de onze meses – atarefados – depois, eis que chega o dia em que o nome dele será também o nome dela e em que a família dela será também a família dele (e vice-versa). Nesse dia, a igreja de Benfica – onde a menina foi baptizada e fez a sua primeira comunhão – estava, não só, toda iluminada como bem decorada em tons brancos e amarelos, a condizer com o bouquet de margaridas que a menina abraçava. O padre, familiar do noivo, já tinha unido em matrimónio os pais do menino e notava-se na sua voz alguma comoção por estar a celebrar este casamento do filho mais novo da família.

A entrada da noiva – muito sorridente e com certeza muito nervosa também –, acompanhada por um solista e um organista, foi divinal. A Ave Maria de Shubert, ecoada da parte mais alta da igreja, tocou os corações de todos os presentes, que naquele dia se aperaltaram e embonecaram.

Algo que foi muito apreciado pelos presentes foram as leituras escolhidas pelos noivos: a criação do homem e da mulher e a exortação do amor. Depois dos meninos terem proclamado o SIM, ACEITO tão sonhado, os convidados foram conduzidos ao local do copo-d’água, em Vale de Lobos.

Tal Cinderela a entrar no palácio, a noiva atravessou um tapete vermelho à entrada da quinta, que primou pelos espaços verdejantes e agradáveis. Mas não foram só estes aspectos que foram valorizados; não nos podemos esquecer dos centros de mesa altos que não impediam a comunicação dos convidados, as magníficas construções da mesa das frutas e a própria decoração da sala, que permitia, até aos mais desatentos, identificar o tema da festa: os malmequeres. De facto, muitos malmequeres e margaridas foram vistos neste dia tão florido: desde a decoração da igreja, até ao bouquet da noiva, o convite, as toalhas das mesas da quinta, os brindes das senhoras, os centros de mesa, o bolo de noiva, até – imagine-se só! - o próprio vestido de noiva…

A acompanhar os malmequeres, muitas caras conhecidas – e não falo dos convidados. Nem os actores de Hollywood quiseram faltar a esta boda e marcar as mesas dos convidados. Como perder um homem em dez dias, Shrek, Nothing Hill, Coisas d’Homem, Encontro em Manhattan, Resistir-lhe é Impossível foram alguns dos nomes das mesas escolhidos pelos noivos; histórias de amor com final feliz, como esperamos que seja a deles.

Para finalizar, e não nos esquecendo que o noivo é dj, a música não podia faltar! Desde o Gabriel dos Lamb, música de eleição dos noivos, até à mítica Lambada ou o conhecidíssimo Apita o comboio, várias foram as músicas ouvidas nessa noite de folia e boa-disposição.

Relembrando agora o casamento destes dois pequenos príncipes, parece que ouço o saudoso Carlos Paião…

Eles são duas crianças a viver esperanças, a saber sorrir.
Ela tem cabelos louros, ele tem tesouros para repartir.
Numa outra brincadeira passam mesmo à beira sempre sem falar.
Uns olhares envergonhados e são namorados sem ninguém pensar.

Foram juntos outro dia, como por magia, no autocarro, em pé.
Ele lá lhe disse, a medo: "O meu nome é Pedro e o teu qual é?"
Ela corou um pouquinho e respondeu baixinho: "Sou a Cinderela."
Quando a noite o envolveu ele adormeceu e sonhou com ela...

Então,
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor.
Crescer,
vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver
O teu primeiro amor.

Cinderela das histórias a avivar memórias, a deixar mistério
Já o fez andar na lua, no meio da rua e a chover a sério.

Ela, quando lá o viu, encharcado e frio, quase o abraçou.
Com a cara assim molhada ninguém deu por nada, ele até chorou...

Então,
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor.
Crescer,
Vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver
O teu primeiro amor.

E agora, nos recreios, dão os seus passeios, fazem muitos planos.
E dividem a merenda, tal como uma prenda que se dá nos anos.

E, num desses momentos, houve sentimentos a falar por si.
Ele pegou na mão dela: "Sabes Cinderela, eu gosto de ti..."


*^_^*


3 comentários:

*^_^* disse...

Ah esqueci-me de um pormenor inesquecível... Depois de ficarmos a saber quem era a próxima a casar, a noiva chamou os solteiros e ... atirou-lhes a sua liga!!! Muito, muito original...

Anónimo disse...

Adorei a história dos principes...
Eu estive na festa e ambos estiveram muito bem...Foi realmente um dia para recordar por muitos e muitos anos.
Abraços e muitas Felicidades os Principes

Angélika disse...

Achei muito interessante a ideia do Blog sobre o casamento e tudo o que antecede esse dia.
A história final é muito bonita.
Nos capítulos anteriores, tem muitos conselhos e historias interessantes. Os quais já comentei.

Embora não vos conheça (sou amiga de um convidado), desejo-vos toda a Felicidade na vossa União.