Quando soubemos que a Madalena tinha uma cardiopatia congénita (no dia 1 de Fevereiro), andámos a procurar informação sobre o assunto.
Chegámos mesmo a comprar um livro chamado "O seu bebé tem uma cardiopatia" que foi escrito por um dos cardiologistas que viu o coraçãozinho lindo da Madalena e que a tem acompanhado.
Esta notícia publicada a 28/02/2006 no Jornal de Notícias que encontrei na net deu-me bastante esperança e mais alguma informação. O cirurgião Manuel Pedro Magalhães será o que vai operar a bebé.
NÃO SE SABE QUAIS AS CAUSAS DA CARDIOPATIA CONGÉNITA, MAS CONHECEM-SE ALGUNS FACTORES QUE PODEM TER INTERFERÊNCIA NA GESTAÇÃO
Cardiopatia congénita tratada em 97% dos casos
Doença Diagnóstico pode ser feito durante a gestação, mas a maior parte das vezes é após o nascimento
Opção pela Interrupção Voluntária da Gravidez inviabiliza casos tratáveis
Detecção de sinais
Virgínia Alves
A quase totalidade dos casos de cardiopatia congénita (97%) são tratáveis, sejam eles diagnosticados antes ou após o nascimento. Significa isto que a opção pela interrupção voluntária de gravidez (IVG), quando detectada a patologia no diagnóstico pré-natal (DPN), inviabiliza situações que poderiam ser tratadas.
Esta é a opinião do cirurgião Manuel Pedro Magalhães, especialista nesta alteração estrutural do coração. Considera que o diagnóstico pré-natal é fundamental, pois permite "saber com antecedência a existência da má formação e preparar o parto por forma a orientar o bebé para o tratamento, sendo que alguns necessitam que tal aconteça no primeiro mês de vida".
Com a evolução do DPN, foi possível reduzir em 50% a mortalidade perinatal com causas cardíacas, "o que representa uma melhoria no número de casos, mas, por outro lado, esse valor pode também estar associado às IVG, que, mesmo nos limites legais, podem impedir o tratamento da doença", salientou o cirurgião do Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, acrescentando, no entanto, que não existem dados concretos sobre esta situação.
Como exemplo dessa evolução, refere a transposição das grandes artérias (quando estão trocadas). Nos anos 1960, 90% destes pacientes morriam antes do primeiro ano de vida; actualmente, a probabilidade de sobreviver é de 98%, "e com uma vida perfeitamente normal".
Sobre as cardiopatias congénitas, refere que na sua maioria são diagnosticadas após o nascimento, mas, mesmo assim, e para os recém-nascidos, as patologias que não podem ser tratadas são muito poucas, cerca de 3%.
A cardiopatia congénita é uma alteração estrutural do coração. Trata-se de uma patologia relativamente frequente, entre seis a oito crianças por mil nascimentos têm essa má formação. No entanto, não se pode dizer que têm surgido mais casos nos últimos anos. O diagnóstico pré-natal é que veio alterar o conhecimento, permitindo saber se existe essa má formação antes do parto.
Como explicou o pediatra, da Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de S. João, no Porto, Augusto Ribeiro, essa alteração estrutural do coração ocorre entre a 7ª e a 15ª semana de gestação.
"Pode ser detectada durante uma ecografia pré-natal cardíaca, entre a 15ª e a 20ª semanas, mas esta só se faz quando existe alguma suspeita, porque envolve equipamentos e técnicos que não existem em número suficiente para responder a toda a população", salientou.
Também por esta razão, Manuel Pedro Magalhães, que elogia a medida do Governo de serem as mães a escolherem onde querem ter as crianças, defende que deveria haver uma referenciação de serviços sem uma obrigatoriedade geográfica, que permitiria melhorar as condições de cada especialidade.
Carlota Gonçalves tem pouco mais de um ano e já foi submetida a uma cirurgia. Sofria de cardiopatia congénita, foi operada no Hospital da Cruz Vermelha, onde continua a ser seguida.
Durante a gravidez, a mãe da Carlota seguiu todos os conselhos médicos, realizou as ecografias, e nada foi detectado. Uma situação muito normal, referem os médicos, que sublinham que a maioria dos diagnósticos é feito após nascimento. Ao longo do primeiro ano, a menina não teve qualquer problema. Por essa altura tem uma gripe e o pediatra, do Hospital de S. João, ao auscultá-la detecta um sopro no coração. A febre poderia ser a origem e o exame foi repetido dias depois. Como se confirmava, a menina fez um cardiograma. Diagnóstico cardiopatia congénita. "De um momento para o outro, a minha filha, que tinha sido sempre saudável, tinha uma doença e podia morrer", contou Abel Gonçalves, o pai da Carlota. "Só pensava como tratá-la, qual a cura e o que podia fazer", recordou o pai. Os médicos aconselharam a operação, e indicaram o Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa. A família, do Porto, seguiu para Lisboa, e a operação foi marcada de imediato. "A doença foi diagnosticada a 30 de Novembro de 2005, a 12 de Janeiro de 2006 foi operada, hoje tenho a minha filha de volta".
Diagnóstico no primeiro ano com resultados positivos
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Influência
O álcool pode ter influência, bem como a rubéola, lupus, diabetes, ou a toma de medicamentos anticoagulantes.
Diagnóstico
Pode ser feito durante a gravidez, através de uma ecografia cardíaca .
Sinais nas crianças
Detecção de um sopro através da auscultação; criança está sianosada (lábios roxos) à nascença; insuficiência cardíaca, cujas suspeitas podem ser a criança comer mal, transpirar muito, ficar muito cansada, não progredir no peso. Há ainda vários sinais clínicos para os quais os pediatras estão alertados.
terça-feira, 18 de março de 2008
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