P: Estive a ver o último post no teu blogue, como faço sempre que publicas alguma novidade:) e adorei! Mas depois pesquisei, mas não encontrei nada de muito concreto sobre a duplicação da região do cromossoma 22. O que é?
R: Para dar resposta à pergunta supra citada, cito (passo o pleonasmo) uma parte do relatório da genetista Ana Berta Silva no dia 10 de Outubro de 2008:
" O estudo de 22q11.2 por MLPA excluiu a delecção pesquisada (resultado documentado também em FISH prénatal), mas evidenciou a presença de uma duplicação desta região. Esta anomalia não está presente em nenhum dos progenitores, permitindo classificar a duplicação como de novo.
A duplicação do braço longo do cromossoma 22 em 11.2 só recentemente foi descrita na literatura. Na esmagadora maioria dos casos, a duplicação foi identificada fortuitamente aquando da pesquisa da delecção complementar. As dezenas de casos entretanto publicados têm ilustrado a extrema variabilidade clínica associada a esta duplicação, que vai desde um fenotipo completamente normal até quadros (poli)malformativos e/ou atraso mental grave. Esta variabilidade é aparente inclusivamente em indivíduos da mesma família, estando descritos vários casos em que a identificação da duplicação numa criança com problemas conduziu à constatação da sua presença num progenitor saudável.
Assim, não é possível descrever um fenotipo característico associado à duplicação 22q11.2. Dentre os problemas descritos, destacam-se atraso do desenvolvimento psicomotor e défice cognitivo, atraso estaturo-ponderal, hipotonia, convulsões, insuficiência velofaríngea, cardiopatia congénita, malformações urogenitais e défice visual ou auditivo, isoladamente ou em diferentes combinações.
É por isso impossível prever nesta fase que outras manifestações, se algumas, virá a ter a criança. Do ponto de vista prático, uma vez completada a avaliação inicial, recomenda-se sobretudo manter vigilância activa, em particular do desenvolvimento psicomotor.
A duplicação 22q11.2 ocorreu de novo, não estando presente em nenhum dos progenitores. O risco de recorrência noutros filhos do casal é portanto reduzido. Em futuras gravidezes, se desejado, é possível realizar diagnóstico prénatal. "
quarta-feira, 11 de março de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Sou mãe de uma criança portadora da duplicação 22q11.2.
Achados clínicos:
fenda palatina, úvula bífida
disfunção velofaríngea
deficit visual. deficit auditivo
má rotação intestinal
má formação cardíaca congênita
(PCA, forame oval patente, extrasístoles)
infecções de repetição (trato respiratório alto e baixo)
deficit cognitivo moderado
deficit neuromotor
TOC
sinais leves do espectro autista
deficit de T e B (imunológico)_
pesquisa de trombofilia positiva para duas mutações.
Terapias:
FONO
EQUOTERAPIA
NEURO
CARDIOLOGISTA
PEDIATRA
OTORRINO
Olá Anónima!
Obrigada pelo comentário.
Quase um ano depois e descubro uma mãe nas mesmas condições que eu.
Nem acerdito.
A genetista disse-me que só havia uma dezena de casos documentados.
Os nossos filhos são únicos no mundo.
Posso perguntar-te de onde és?
ok, já percebi que não sou a única. A minha filha tem tb uma anomalia no cromossoma 22q11. Apresenta 4 cópias dos braços curtos e da região justacentroméricados braços longos do cromossoma 22. Mais conhecido por sindrome de Cat-Eye. è tb um caso novo. O caso tb é rarissimo. A Bébe tinha uma cardiopatia e teve de ser operada ao coração 2 vezes. Até agora , mais nada se registou já tendo feito alguns despistes.
É bom saber que não somos as únicas. É reconfortante verificar que também acontece aos outros e partilhar experiências. Se vos apetecer, fica o meu e-mail: soniarafel@hotmail.com
Enviar um comentário