terça-feira, 8 de julho de 2008

O dia mais incrível das nossas vidas!

13 de Junho de 2008 - 39 semanas e 2 dias

Os pais deitaram-se já passava da meia-noite depois de despacharem a famelga que tinha vindo cantar os parabéns à mãe. O bolo tinha 30 velas cor-de-rosa e a mãe bebeu um pouquinho de Raposeira (já no dia anterior na festa de anos da Leonor tinha aproveitado o espumante; que saudades!). Decidiram comemorar os dois os 3 anos de casamento e os 30 anos da mãe. Às 5 da manhã a mãe levantou-se para fazer um xixizito e escreveu uma mensagem que ia enviar quando fossem horas decentes tendo-a guardado nos rascunhos do telemóvel (eram 5.15 am):

"Bom dia a tds! Ontem foi dia de Sr. Dr. e... o CTG ñ acusou contracções, o coração (da Maddy)bate forte como um cavalo, o parto ñ está iminente ainda. Por este andar nasce no Natal :) Bom fds (grande)!" (ainda hoje a tem guardada nos rascunhos)

Deitou-se novamente e... a bolsa rompeu. Acordou o pai e disse qualquer coisa como "hoje é que é amor. Olha." (e mostrou-lhe a cama molhada). Foram para a maternidade (a mala já estava no hall de entrada há 2 dias à espera do big moment). Depois dos procedimentos de rotina (CTG, toque - estava com 2 dedos de dilatação, etc) foi internada. O quarto era individual e muito bem equipado. Lembra-se de ter comentado com a enfermeira que a levou para o quarto que tinha perdido a aula da visita às urgências e de ela lhe ter respondido que então fazia agora uma visita rápida :) Estava muito calma e radiante por finalmente ter chegado o momento por que esperava há já tanto tempo. Todos os dias dessa semana se tinha levantado a pensar "hoje é que é" (e nunca mas era).

Ficou sozinha no quarto de dilatação até perto das 9 horas porque os médicos tinham de fazer a ronda antes de o pai poder entrar. Já sabia que o Dr. Pedro Sereno tinha trocado com um colega - o Dr. Carlos - e por isso não estava de banco nesse dia. Quando viu os médicos entrarem na sala - eram uns 10 entre os que entravam e os que saiam e no meio deles o Dr. Álvaro Cohen - lembrou-se que era a equipa do Dr. Pedro e por isso ficou mais descansada. Estavam a par da situação da Madalena (mas mesmo assim pediu para escreverem os telemóveis dos cardiologistas no processo e o pai ligou ao Dr. Pedro... just in case...).

Nesse dia nasceram imensos bebés na Maternidade entre eles uns trigémeos que nasceram no bloco ao lado do meu quase ao mesmo tempo que a Madalena e que ficaram depois perto dela na Unidade de Cuidados Intensivos. A pediatria foi contactada mal fui atendida no serviço de urgência e perguntou se não dava para esperar por segunda-feira por causa dos trigémeos. Ia ser um dia complicado. A obstetra ("a médica loirinha" como eu lhe chamava) disse que não, que a bolsa tinha rompido e que eu estava com 2 dedos de dilatação. Era impossível esperar 3 dias.

Aos 4 dedos de dilatação entrou a anestesista para administrar a epidural. A mãe esqueceu-se de mencionar que tinha escoliose mas a médica deve ter visto porque administrou epidural tipo punção. Resultado o parto teve de ser com ajuda (ventosa) porque a mãe não podia fazer muita força e tinha de estar deitada sem poder sequer levantar a cabeça.

O pai ajudou imenso durante o processo de dilatação. Nas contracções mais fortes a mãe gritava, esperneava (desfez a cama toda uma vez) e só se acalmava quando o pai a ajudava a respirar como lhe tinham ensinado.

A avó materna e o Dr. Pedro também lá apareceram a dado momento para dar uma força. Foi uma surpresa!

Quando a mãe decidiu pedir um reforço de epidural (pelas 16h) já estava com 8 dedos de dilatação e por isso toca a ir a correr para o bloco para a Maddie nascer. O pai teve de ficar ao pé da famelga (que a esta altura já enchia a sala de espera). Era tanta gente a acompanhar a mãe para o bloco que quando entraram no elevador o Dr. Alvaro perguntou se cabiam todos e a mãe perguntou "Somos assim tantos?". Com mais dores do que alguma vez tinha tido na vida e ainda mantinha o sentido de humor. Grande mãe!

E pronto depois foi relativamente rápido. Às 16h47 nasceu a nossa princesa. Eu estava sem óculos e só a vi por breves instantes. Colocaram-ma na barriga de costas para mim e lembrou-me de dizer: "estou sem óculos mas tenho a certeza que deve ser linda!" e depois levaram-na para ser observada pela pediatria.

Aproveitei e, para me entreter, pedi para ver a placenta (a 3ª fase do trabalho de parto) e fui trauteando as músicas que se ouviam no bloco enquanto a médica me costurava. Toda a gente achou imensa piada. Por essa altura comecei a tremer muito de frio (hipotermia) e uma senhora colocou-me uma mantinha amarela muito velhinha de bebé por cima para ficar mais aconchegada. Ainda me passou pela ideia pedir para ficar com essa mantinha de recordação mas entretanto passou-se-me.

Depois disso levaram-me para a sala de recobro e fiquei um bocadinho sozinha porque o Bruno tinha ido ver a bebé (o que era compreensível). Foi nesse momento que a choradeira veio. Chorei de felicidade, de orgulho de mim e da bebé, por termos conseguido parir e nascer (respectivamente) de parto natural. Vieram-me imensas imagens à cabeça e foi um momento muito meu que nunca hei-de esquecer.

Nunca hei-de esquecer também o apoio de toda a equipa do Dr. Pedro e principalmente a do meu maridão que no início da gravidez estava relutante em estar comigo no dia D e que no dia D acho que estava preparado até para assistir ao parto se tivesse sido possível.

Foi uma experiência que espero repetir muito em breve :)

Beijinhos a todos

*^_^*

2 comentários:

Unknown disse...

" Foi uma experiência que espero repetir muito em breve :)" ...

E eu cá estarei para dar uma força quando essa altura chegar ...fala quem já deu colinho e leitinho à Madalena e até a adormeceu ...

Beijos,
Tia Vi

Anónimo disse...

Olá querida mamã, conheci o teu simpático cantinho através do Baby Boom e gostei imenso, virei visitar-te mais vezes!
Beijinhos,Sofia,Pedro e Joana