Capítulo XXIII: Já está... não custou nada...

Depois de terem passado 24 dias do dia mais importante deste ano, as lembranças estão ainda muito presentes. Não sei se já se aperceberam, mas este é o último capítulo que escrevo. Sim, é verdade, não vale a pena insistirem, já não sou noiva, já não estou a organizar um casamento, já não faz sentido escrever num blog sobre noivados, you must agree.

Para os que não estiveram presentes e para aqueles que estiveram, aqui ficam algumas sensações e momentos engraçados do dia 11.

1 - Levantei-me às 7h, o fotógrafo chegou 4 horas depois, mas a noiva ainda não estava pronta. A tradição ainda é o que era. E, para mais, nesse dia tinha desculpa, tinha de aproveitar.

2 - O meu pai foi ao barbeiro de manhã, mas como não gostou do resultado, chegou a casa, tirou o gel que o outro lhe tinha metido e foi ao meu quarto, onde a cabeleireira arranjava as senhoras, e perguntou: "Agora penteia-me a mim?" Achei um piadão. Já sei a quem sai a minha vaidade.

3 - A noiva estava pronta às 12h30 (hora marcada da cerimónia), mas o padre não. Chegou nada mais, nada menos que uma hora depois. A demora foi tanta que um convidado ao vê-lo chegar o informou que não lhe ia pagar horas extraordinárias e ele fez questão de falar sobre isso no início da cerimónia. Só umas semanas mais tarde descobri quem lhe tinha dito isso e fiquei aliviada ao saber que eles já se conheciam há muito.

4 - Depois de ter organizado tudo ao milímetro, muitas das coisas que tanto me tinham dado que pensar me passaram ao lado. Ao entrar na igreja não vi nem passadeira vermelha, nem flores nos bancos, nem ouvi a música, nada, apenas olhei em frente e para os convidados. Uns minutos mais tarde é que me lembrei e perguntei ao noivo, muito discretamente, como estava a igreja e se a solista tinha cantado bem a música de entrada. Ao que parece estava tudo perfeito. Ainda estávamos na sacristia a assinar já os convidados tinham tirado todas as flores dos bancos.

5 - A sensação de ser noiva é muito gira: as amigas ficam boquiabertas de nos verem tão bonitas (porque é verdade nesse dia transformamo-nos), toda a gente quer dançar connosco, as meninas pequeninas não nos largam, dão-nos festinhas, trazem-nos flores, e quando vão para casa andam com lençóis como se estivessem com um vestido de noiva.

6 - Nesse dia soube que uma noiva, sobre quem escrevi num capítulo atrás (o casamento recheado de tradições) estava à espera de bébé. Muitas felicidades para ela!

7 - O fotógrafo tirou cerca de 600 fotografias sem praticamente indicações, mas ficaram óptimas. Não nos custou nada tirar as fotos (ao contrário do que pensava). Gostei imenso de ser o centro das atenções (o que num dia normal não é nada do meu agrado). Estava super confiante, comi bem, dancei, enfim... aproveitei cada momento.

E a vida de casada como é? Tem os seus prós e contras, mas mais prós. Estou a adorar a experiência, ter a minha casinha, uma pessoa a dormir ao meu lado (agora já me habituei, porque nos primeiros dias acordava sem saber quem estava a dormir comigo), é verdade que tenho muito mais responsabilidades, mas como são partilhadas custa menos. Como diz o meu marido: "Já está... não custou nada..."

Beijocas para todos, despeço-me... com amizade (quem sabe daqui a um ano ou dois não volte, mas agora a escrever sobre a preparação da vinda de um bébé?)